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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Crônica: Espelho, espelho meu - Erivelto Reis



ESPELHO, ESPELHO MEU
                                                                                              Erivelto Reis
–Alô!
–Alô?
–Tô tão deprimida...
– Companheira, não liga, não. Eles ainda te amam.
– Sei não, Lu. Acho que a casa tá caindo.
– Que nada. Essa é apenas uma reação da direita festiva.
– Mas a direita agora é a esquerda? Com que direito eles fazem isso?! Isso é direito?! Tô confusa.
­– Companheira, quem tá confuso agora sou eu.
­–Novidade...
– O quê?!
– Nada. Qual o plano?
­­– Não sei. As opções estão acabando. Genuíno é falso. Dirceu se ferrou...
– Daqui a pouco vão dizer que é culpa da mulher no poder...
– Isso jamais vão dizer de você.
­– Tá insinuando que eu não sou mulher?!
­– Eu estava falando era da ausência do poder.
– Mas a vaia machuca.
– Vaia é democrática.
– Mas repercute mal.
– Não deixar vaiar é pior.
– Não dá pra reprimir só um pouquinho? Eu ligo pros governadores e...
–Nada disso companheira. Depois eles tomam o poder.
– Tá falando dos milicos?
­–Tô falando dos aliados.
–Mas sem eles a gente não governa.
–Com eles também não.
­– Mas o que eu faço?
­– Não sei, me liga depois do jogo. Neymar, Neymar, Neymar...
–Alô?! Alô?!

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