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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 31 de março de 2014

"01 de Abril" - Poema de Erivelto Reis



01 de abril
Erivelto Reis
Olhei pra rua,
Tremi,
Quem disse mal de mim?
Quem vai criar meus filhos
Quando vierem me levar daqui?
Que trem, que carro e casa
OBAN, obus, baú...
Silêncio nunca foi história,
Cinza não é mérito,
Corpo desaparecido
Não sustentará medalha...
Não se cobrirá com mortalha.
Espreitaram tanto,
Que desconfiam até da sombra...
No Sermão do Viaduto
No alcatrão das masmorras
É meu irmão fardado
Mas nu que o rés das forças.
Primeiro de abril
Eis que acordo:
E busco a Democracia
No revés de todas
As mentiras.

sábado, 22 de março de 2014

"Mantra" - Poema de Erivelto Reis

Mantra
Erivelto Reis
Meus alunos são grãos de pólen:
Vão polinizar, educar e transformar.
São gente, é verdade e em princípio
Com sentimentos e anseios...
Não admito que possam sofrer
Para exercerem a profissão,
Que dignamente consagram e exercerão!
Não admito, mas sei que professor
Que não sofra é quase que uma exceção.
Quero que tenham o melhor,
Quero que sejam os melhores!
Não por mim, mas por eles,
E por aqueles, como nós, que deles dependerão.
Quero que tenham razão, respeito e resignação,
Quero que sejam sensíveis, afetuosos, de bom coração.
Meus alunos são grãos de pólen...
Meus alunos são sementes,serão raízes,
São chuvas de bênçãos
No solo da educação.

quarta-feira, 12 de março de 2014

"Cacto"- Poema de Erivelto Reis



Cacto
Erivelto Reis
Passou um carro de boi,
Plantou chuva,
Tempo, terra,
Com sentimento,
Nasceu vida, produziu poesia
Família, história e jardim.
Agora é sempre o deserto
Quando ando em mim.
Nem légua, hectare,
Quilômetro ou quimera
Distância, saudade sem meta...
Nem planta, nem muda:
Um mundo em desprimavera,
Que parece nunca ter fim...
Agora é sempre o deserto
Quando ando em mim.