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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sábado, 21 de março de 2015

Herança - Poema de Erivelto Reis

HERANÇA
Erivelto Reis

Para Gloria Regina

Nunca amamos tanto quanto na noite em que nos perdemos!
Amanhecia quando nos despedimos do tempo...
Hora empenadas, emperradas em ânsias e gozos
Que jamais herdaram marcas, tons e sabores.
Nunca amamos tanto quanto aquela noite...
Vastos de trilhar esconderijos,
Castos de olhar montanhas,
Horizonte surge, voo de alvorada.
Nunca ardemos tanto quanto as febres
Incuráveis de mãos tão macias, toques sensuais.
Nunca é muito tempo pra quem
Quer sempre mais.
Agora não dá para olhar pra trás:
Nem sei quem eu era antes de você,
Nem sei se eu era antes de você...
Que noite aquela!
Nunca amamos tanto quanto aquela noite...
Sempre houve busca,
Sempre houve entrega.
Vento na janela,
Espelhos embaçados:
Amor é caneta de escrever passados,
Amor é lembrança de projetar futuros.
Nunca amamos tanto, suor, sons de sussurros...
Silêncio e aconchego!
Nunca amamos tanto,
Sempre amamos mesmo.


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