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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

domingo, 20 de março de 2016

Poema: "Que coisa?!", de Erivelto Reis

QUE COISA?!
Erivelto Reis

Que coisa é povo?
Argila líquida,
Massa malemolente de macetes,
Títeres sem cordões,
Que coisa é povo?
Espuma de barba e mar,
Gosto de café requentado,
Hálito desacordado,
Que coisa é povo?
Voz do eco da voz,
Silencio recalcado,
Ignorância com salário,
Que coisa é povo?
Companheiro de erudição,
Vísceras (da Educação) à mostra,
Cão que dispara lamúrias,
Que coisa é povo?
Mira que acerta calúnias,
Ereção desgovernada de ideologias,
Excitação de briga e batalhas virtuais,
Que coisa é povo?
Cigarro depois do sexo,
Cadafalso,
Nó do pescoço da corda,
Que coisa é povo?
O erro contínuo de novo,
O acerto no susto,
Repente,
Que coisa é povo?
É planta,
É bicho,
É gente,
Que coisa é povo?
Interrogação sem resposta,
Afirmação inconteste,
Alfinete que espeta,
Que coisa é povo?
Marreta, martelo e porrete,
Missa, culto, sessão,
Alegria, esperança e sorvete,
Que coisa é povo?
Catarse, aporia e temor,
Ódio, surdez e rancor,
Cegueira, paixão e bolor,
Que coisa é povo?
Será que o povo sente (Arte)?
Será que ele entende (Arte)?
Será que ele pensa (Arte)?
Que coisa é povo?
Responda às interrogações,
Mito humano (des)almado,

No intervalo entre as refeições...

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