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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Poema: Sucata, de Erivelto Reis

Sucata
Erivelto Reis


Pra me falar na lata
Que eu não passo de sucata,
Além de parecer ingrata,
Limpa essa fuligem,
Limpa essa ferrugem,
Que correm...
Que tanto tétano,
Quanto amor
Matam.
E, enquanto não matam,
Doem. Destroem. Sufocam.
Oxida, imanta,
Atrai,
Mas de nada adianta...
Pra me falar na lata
Que eu nem cheguei perto
E passo,
Nem ferro, nem aço
São mais resistentes
Que a vontade
De condenar os penitentes, os transeuntes,
Que pagam promessa e pedágio
Para o amor alado.
Escombros, sucata e rugas...
Resto de gente aparece na lata,
Na resposta e na pergunta.
Quem nunca disse
Que não ia nunca?!
Recicle a sucata
Que ela vira coisa nova...
Amor não se recicla, se renova:
Livre-se da sucata,
Que ela não te prejudica.
Sucata é o que não serve pra você na hora...
Joga a sucata fora,
Que, de repente, outro encontra,
Valoriza e aprova.
Esquece a sucata,
Deixe de bravata e desilusão.

O homem de lata é só sucata sem coração...

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