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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

domingo, 29 de outubro de 2017

Um poema de João Gabriel, aluno do Colégio Nossa Senhora do Rosário ao meu pai, José de Arimatéa


Poema de João Gabriel
Colégio Nossa Senhora do Rosário - 2017

Autor: João Gabriel,  aluno do Colégio Nossa Senhora do Rosário, onde meu pai,                        José de Arimatéa, trabalhou e onde se aposentou, escreveu este poema, que aqui reproduzo, no primeiro mês de falecimento de meu pai.

TIO BAIXINHO
João Gabriel

Um jardineiro simpático
Nada dramático
Um sorriso maroto
Alma de garoto

Era ele o homem
Da alegria e da felicidade
Dessa forma animava nossa comunidade
Ele era um homem de muito bom caráter

Em uma única palavra
Mais feliz ele me tornava

Em nosso desânimo e tristeza
Ele logo perguntava
O que há meu amigo?
Se abra comigo!

Devemos entender que o exemplo dele
É o que temos de seguir
Pois daqui a algum tempo
Não estaremos mais aqui.
#saudadestiobaixinho

João Gabriel - turma 63

sábado, 28 de outubro de 2017

Poema: "RH", Erivelto Reis

RH
Erivelto Reis

Deus me amaldiçoou duplamente:
Com a morte de meu pai,
E com a minha distância, a minha ausência
No dia em que meu pai se foi 
E nos dias próximos que antecederam sua partida.
À primeira maldição, ainda o desculpo,
Porque não fui o único a ser amaldiçoado,
Porque sei que a outros ele puniu mais
Severamente ainda,
Obrigando-os a penar
Com a morte de seus filhos: heranças,
Desnascimentos, fuga da lógica do tempo...
Quando Deus quer enlouquecer um homem,
O faz carregar o caixão do próprio filho,
Sem ter o poder de ressuscitá-lo...
Mas a segunda maldição?!
Porquê?!
Eu poderia ter socorrido meu pai,
Tê-lo amparado, confortado em sua dor, em seu sofrimento,
Segurado sua mão, também...
Secado o suor frio de seu rosto,
Talvez até ajudá-lo e resgatá-lo,
Trazendo-o pra casa,
São e salvo,
Para finalmente, já que Deus é quem decide,
A morte pudesse, em algum outro momento, envolvê-lo:
Lacuna, penúria de minha alma,
Sequestrar meu pai, removê-lo,
Vestindo-o com sua túnica.
A minha dor parece única,
(Deus tem um jeito antididático de ensinar!),
Meu luto é perpétuo, minha vida não é...
A isso, acaso, chamariam fé?!
Disseram-me:
“Deus protegeu e poupou você”.
Sou obrigado a reconhecer.
Tenho vergonha de olhar nos olhos de minha mãe e de meus irmãos.
Deus foi com minha cara e me escolheu
Pra não lutar – de corpo presente, com todas as minhas forças,
Até o último instante, pela vida de meu pai.
Envio o e-mail a quem?!
A qual ouvidoria celestial,
Agradecendo o empenho do departamento de pessoal?!
Deus me amaldiçoou duplamente,
Que não espere de mim nenhum cartão
Felicitando-o no Natal.


quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Poema: Óbito - Erivelto Reis

Óbito
Erivelto Reis

Continuar a viver
Depois da perda de um ente amado
Parece ilícito, parece errado...
É tanto tempo chorado,
Desesperado,
Desexercício de diálogo,
Desperdício de todo leite derramado...
Que o sol que aquece o mundo
E ilumina as folhas e o gramado
É afronta ao túmulo, à cova,
Ao mausoléu claudicante que anda e fala
Em que vemo-nos transformados.
Uma noite, depois de sonhos inquietos,
A vida dos remanescentes cessa...
Depois que a luz de um ente querido apaga!
Por agora...
E nunca mais!
Será, de novo,
Tempo de jabuticabas.

terça-feira, 3 de outubro de 2017

#EternoTioBaixinho

Alunos e Alunas do Colégio Nossa Senhora do Rosário - Campo Grande - prestam homenagem ao Tio Baixinho -                José de Arimatéa - *25/10/1951 - !29/09/2017

PRIMITIVO PAES E JOSÉ DE ARIMATÉA: INESQUECÍVEIS